Estudo, realizado pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre, analisou 6.125 jogadores de 82 clubes brasileiros.
Em 2002, aos 27 anos, o centro-avante Washington Cerqueira passou mal e descobriu que uma das artérias estava obstruída. Ele Fez um cateterismo e colocou um stent, dispositivo que libera o fluxo de sangue pro coração.
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“Eu dei sorte de ter sentido os sintomas, que normalmente não sente os sintomas. e eu senti. Então, eu não tive uma parada cardíaca.”, disse Washington Cerqueira, ex-jogador de futebol.
Foi o que aconteceu com Juan Izquierdo, jogador do nacional do Uruguai, no final de agosto. Ele foi vítima de uma parada cardiorrespiratória após apresentar uma arritmia cardíaca, quando jogava contra o São Paulo. A morte, depois de seis dias internado, comoveu o mundo do futebol.
Mas, afinal, como está a saúde do coração dos nossos atletas? Um estudo inédito do Hospital das Clínicas de Porto Alegre analisou exames de mais de seis mil jogadores brasileiros (6.125) de 82 clubes. Desse total, 182 (3%) apresentaram anomalias no eletrocardiograma – a maioria (75) por problemas na chamada “onda t” – uma atividade elétrica do coração.
Ao final, seis jogadores tiveram diagnóstico de doença cardíaca depois de fazer ressonância magnética. O resultado traz uma lição para os clubes.
“A ressonância magnética cardíaca deve ser um método de escolha para uma avaliação mais adequada desses atletas. Por quê? Porque um ecocardiograma neste padrão de elétrico não consegue descartar para a gente com tanta certeza a presença de alguma doença cardíaca”, disse Filipe Ferrari, pesquisador do Hospital das Clínicas.